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JESUS - ESTRELA QUE GUIA TODOS OS POVOS.

JESUS, ESTRELA QUE GUIA TODOS OS POVOS
 
 
            Para a Igreja crente e orante, os Magos do Oriente, que, guiados pela estrela, encontraram o caminho para o presépio de Belém, são apenas o princípio duma grande procissão que permeia a história. Por isso, a liturgia lê o Evangelho que fala do caminho dos Magos juntamente com as estupendas visões proféticas de Isaías 60 e do Salmo 72 que ilustram, com imagens ousadas, a peregrinação dos povos para Jerusalém. Assim como os pastores – os primeiros convidados para irem até junto do Menino recém-nascido deitado na manjedoura – personificam os pobres de Israel e, em geral, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus, assim também os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o Menino de Belém, n’Ele honram o Filho de Deus e se prostram diante d’Ele. A Igreja chama a esta festa «Epifania» – a manifestação do Divino. Se considerarmos o fato de que desde então homens de todas as proveniências, de todos os continentes, das mais diversas culturas e das diferentes formas de pensamento e de vida se puseram, e estão, a caminho de Cristo, podemos verdadeiramente dizer que esta peregrinação e este encontro com Deus na figura do Menino é uma Epifania da bondade de Deus e do seu amor pelos homens (cf. Tt 3, 4).             
                Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Cf.Mt.2,2).Ao meditarmos sobre o Evangelho de São Mateus que nos conta a adoração dos Magos, vem-nos à mente as palavras de Jesus em Lucas 12, 54-56, o entendimento dos sinais do tempo, tema tão caro ao saudoso Papa João XXIII e que o Concilio Vaticano II nos exorta a procurar entender.
            O que os Magos na abertura de seu coração entenderam claramente como o anúncio da plenitude dos tempos, que o Rei Eterno chegara a este mundo e que viera para o seu povo, como nos ensina o Evangelho de São João –“veio para junto dos seus”(Cf. Jo 1,11), os doutos e sábios do seu povo que tinham o anúncio profético a seu favor e que o conheciam, não entenderam.
            Os homens que então partiram rumo ao desconhecido eram, em definitiva, pessoas de coração inquieto; homens inquietos movidos pela busca de Deus e da salvação do mundo; homens à espera, que não se contentavam com seus rendimentos assegurados e com uma posição social provavelmente considerável, mas andavam à procura da realidade maior. Talvez fossem homens eruditos, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham também duma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que queriam; queriam sobretudo saber o essencial, queriam saber como se consegue ser pessoa humana. E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como é e como podemos encontrá-Lo. Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus.
            Enquanto os magos buscavam um sentido de vida, outros recusavam a procurar o caminho de Deus, como mostra o texto sagrado: ”Quando ouviu isso, o rei Herodes ficou atordoado e com ele toda a Jerusalém” (Cf. Mt. 2,3). Por quê? Porque seu coração estava endurecido, seus olhos não viam e seus ouvidos estavam surdos, preocupados com as riquezas e o poder. Em resposta àqueles que procuravam a luz da fé e que percebiam nos sinais a realidade das coisas invisíveis, conceberam o plano da maldade, da morte de quem viera para dar a Vida e a Luz a todo o homem que vem a este mundo (Cf. Jo 1).
            Passados 20 séculos, como há tantos ainda que não entendem os sinais! A realidade integral de tudo só é visível pela fé. A razão e os sentidos não nos dão o conhecimento pleno que só se adquire quando dobramos os joelhos e reconhecemos em Cristo, o “Sacerdote dos bens futuros” que conquistou para nós uma “redenção eterna” (Cf. Hb. 9). Com a fé neste Menino a que os Magos adoraram, já não existe mais judeu nem grego, não existe mais escravo nem livre, porque todos somos um só em Cristo (Cf. Gal.3, 28), pois Jesus é a estrela que guia todos os povos.
            A festa da Epifania tem o mesmo significado do Natal, a alegria de recebermos o Salvador dos braços de Maria, sua Mãe. Ao júbilo dos pastores quando ouviram o cântico dos anjos, acresçamos agora o gáudio imenso ao ver a sua Estrela sobre a gruta de Belém.
            Mas a presença de Deus continua a se manifestar em tudo, pertinho de nós. Podemos senti-la como os Magos e ouvir sua voz ou rejeitá-la como Herodes e conturbar nossa mente pelo ódio e vaidade.Deus continua a passar por nossos caminhos, sua graça continua presente na História, o seu amor não tem fim...
            Dom de Deus ter acolhido a fé não podemos deixar que esta claridade fique fechada em nós mesmos. Somos o sal da terra e a luz do mundo. Que adianta o sal se ele perder sua força, que adiante a luz se a escondermos? A fé exige que sejamos presença no mundo, como discípulos e missionários a proclamar a riqueza do Evangelho. A chama se extingue se não se tornar missão.
            Deus se manifesta a nós, para que nós O manifestemos ao mundo!
 
Frei Adalto Antônio
 
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